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Médico veterinário explica sobre a raiva e reforça a importância da vacina antirrábica

Daniela Miranda
Publicado em 30/07/2023 às 19:04
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Mordidas de cachorro podem ser dolorosas (Foto/Ilustrativa) ( )

Em entrevista exclusiva ao JM News 2ª Edição, da Rádio JM, o médico veterinário Claudio Yudi alertou sobre os perigos da raiva, uma doença zoonótica que pode ser transmitida dos animais para os seres humanos. Mesmo após anos de estudos, ainda não há cura para a raiva, tornando a vacinação a forma mais eficaz de controle. A campanha de vacinação antirrábica está programada para começar no próximo mês de agosto.  

Durante a entrevista, Claudio Yudi destacou que tanto cães quanto gatos podem transmitir a raiva para as pessoas, e a doença pode ser letal. “A raiva ataca o sistema nervoso dos animais, tornando-os mais agressivos e propensos a morder. Caso um animal apresente esse comportamento de forma persistente por 7 a 10 dias, é um sinal de alerta para possível infecção. Esses animais vão apresentar um comportamento 'louco' mesmo, porque fica incontrolável”. 

Segundo dados do Ministério da Saúde, no período de 2010 a 2023, até o momento, foram registrados 47 casos de raiva humana no Brasil. Na série histórica de casos de raiva humana, apenas dois casos evoluíram para cura, os demais evoluíram para óbito. A raiva é de extrema importância para saúde pública, devido a sua letalidade de aproximadamente 100%. 

Caso o tutor ache o comportamento agressivo e atípico, o Centro de Zoonoses e Endemias precisa ser acionado. “Esse é o papel do centro, controlar a zoonose, principalmente na raiva canina e felina”, esclarece Yudi. 

O médico veterinário esclareceu que a vacina contra a raiva é anual, pois a proteção oferecida pelo anticorpo tem duração limitada e precisa ser renovada periodicamente. “Uma informação importante é que aqui em Uberaba há muitos acidentes de mordeduras e arranhaduras de cães e gatos em pessoas. Assim, elas precisam ir à UPA ou aos postos e tomar o soro ou a vacina, pois os animais podem estar contaminados”, destaca. 

Em relação à segurança da vacina, Yudi desmitificou possíveis preocupações. A vacina contém o vírus inativado, o que permite ao organismo do animal reconhecê-lo e produzir uma resposta imunológica adequada. Cerca de 98% dos animais não apresentam reações adversas à vacina e, quando ocorrem, são normalmente leves e tratáveis com compressas de água morna no local da aplicação”, orienta o médico veterinário. 

Claudio tranquilizou a população quanto à segurança da vacina, assegurando que ela foi aprovada pela Anvisa após rigorosos protocolos de teste. “A população pode ficar tranquila, pois a vacina oferecida gratuitamente pela prefeitura é segura. Podem vacinar seus animais, principalmente os gatos, pois sabemos que gatos são mais ariscos e não é fácil levá-los para vacinar. A vacinação é a única maneira de controlar a doença”. 

Claudio Yudi ressaltou que agosto é conhecido como o "mês do cachorro louco", pois é um período em que há um aumento no número de cadelas no cio nas ruas, atraindo animais machos. “Isso pode facilitar a propagação do vírus da raiva através de mordeduras. Além da vacinação, o médico veterinário destacou a importância da castração como uma medida preventiva adicional para controlar a população de animais de rua e reduzir os riscos de transmissão da doença”. 

A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como a ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios e espasmos musculares involuntários, generalizados e convulsões.  O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias. 

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